A pneumonia é uma infecção pulmonar que pode ser causada por diversos agentes patogênicos, como bactérias, vírus e fungos. Essa condição afeta milhões de pessoas em todo o mundo anualmente, sendo particularmente perigosa para idosos, crianças e pessoas com sistema imunológico comprometido. No Brasil, entre janeiro e agosto de 2023, 417.924 pacientes foram hospitalizados por causa de pneumonia.
Assim, trata-se de uma questão séria que requer atenção imediata, especialmente em populações de risco. Compreender os sintomas, bem como os tratamentos disponíveis, fará a diferença na recuperação do indivíduo.
Entenda o que é a doença, suas causas e quais medicamentos são indicados. Além dos sintomas mais comuns, como tosse e dores nas costas.
O que é Pneumonia?
A pneumonia é uma inflamação dos pulmões que ocorre quando os alvéolos pulmonares – pequenos sacos de ar onde acontece a troca gasosa – se enchem de pus e outros líquidos. Isso dificulta a respiração e reduz a quantidade de oxigênio que chega à corrente sanguínea.
Há desde casos leves até situações que exigem hospitalização. E existem diferentes tipos, classificados de acordo com o agente causador:
- Pneumonia bacteriana: É a forma mais comum, frequentemente provocada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, mas existem outras, como Haemophilus influenzae e Mycoplasma pneumoniae.
- Pneumonia viral: Causada por vírus como o da gripe (influenza), o coronavírus (incluindo o SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19) e o vírus sincicial respiratório (VSR). Tende a ser menos grave que a pneumonia bacteriana, mas existe a possibilidade de que o quadro evolua para formas mais sérias.
- Pneumonia fúngica: Mais rara, ocorre principalmente em pessoas com sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV/AIDS ou em quimioterapia. Está relacionada a fungos como Histoplasma, Coccidioides e Cryptococcus.
- Pneumonia aspirativa: Acontece quando substâncias, como alimentos, líquidos ou vômito, são aspiradas para os pulmões, causando inflamação e infecção.
O que leva uma pessoa a ter pneumonia?
Diversos fatores podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver a infecção. A transmissão costuma ocorrer através de gotículas respiratórias expelidas durante a tosse ou espirro de alguém infectado. Contudo, nem todos que entram em contato com esses agentes desenvolvem a doença, pois há características individuais que desempenham um papel essencial. Dentre as principais estão:
- Sistema imunológico enfraquecido: Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, HIV/AIDS, ou que usam imunossupressores, têm um risco aumentado.
- Idade: Crianças menores de 2 anos e adultos com mais de 65 anos são mais vulneráveis devido à imaturidade ou ao envelhecimento do sistema imunológico.
- Condições pulmonares pré-existentes: Indivíduos com doenças pulmonares crônicas, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou fibrose cística, são mais suscetíveis.
- Tabagismo: Fumar danifica os pulmões e prejudica a capacidade do corpo de combater infecções respiratórias.
- Hospitalização: Pacientes hospitalizados, especialmente aqueles que utilizam ventiladores mecânicos, têm um risco elevado de desenvolver pneumonia, conhecida como pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV).
- Exposição a agentes patogênicos: Quem convive com alguém infectado, profissionais de saúde ou aqueles que vivem em ambientes superlotados também têm mais chances de contraírem a pneumonia.
Quais os tratamentos?
O tratamento depende da gravidade da doença, da idade e do estado geral de saúde do paciente, e do agente causador. É habitual que casos leves sejam feitos em casa, enquanto os mais graves exigem hospitalização. Veja algumas das opções:
- Medicamentos: Variam conforme o tipo de agente causador e a gravidade da infecção. No caso de pneumonia bacteriana são usados antibióticos; para pneumonia viral, antivirais e para tratar a pneumonia fúngica, há antifúngicos específicos.
- Terapia de suporte: Inclui medidas como repouso, hidratação, e o uso de analgésicos e antipiréticos para aliviar dor e febre. Em casos de dificuldade respiratória, é possível o uso de oxigenoterapia.
- Hospitalização: É o caso de situações graves para que o paciente receba antibióticos intravenosos, suporte respiratório e cuidados intensivos.
- Fisioterapia respiratória: Ajuda na eliminação de secreções pulmonares e na melhora da função respiratória.
- Válido lembrar que qualquer desses recursos devem ser indicados e acompanhados por um profissional de saúde. Utilizar medicamentos sem orientação pode não apenas mascarar os sintomas, dificultando um diagnóstico correto, mas também levar a complicações graves, como reações adversas, resistência bacteriana e piora da infecção. No caso da pneumonia, o uso inadequado de antibióticos ou outros remédios é particularmente prejudicial, uma vez que o procedimento incorreto gera falhas em combater o agente causador, resultando em um quadro clínico mais severo e até mesmo em risco de vida.
Como é a dor de pneumonia?
A dor associada à pneumonia é um dos sintomas mais característicos e desconfortáveis da doença. Geralmente é resultado da pleurite, como é chamada a inflamação da pleura, uma membrana que reveste os pulmões e a cavidade torácica. Pacientes relatam uma dor aguda e lancinante, que tende a piorar com a respiração profunda, tosse ou movimento do tórax.
- Localização: A dor da pneumonia costuma se concentrar no peito, mas pode irradiar para os ombros, pescoço e até para as costas. Atenção: é importante diferenciar a dor torácica, típica da pneumonia, das dores nas costas causadas por problemas posturais ou outras condições. Na pneumonia, a dor é mais profunda e geralmente piora ao respirar fundo ou ao tossir.
- Intensidade: Varia de acordo com a gravidade da infecção e a extensão da inflamação. Em quadros graves, o indivíduo relata uma dor debilitante, que dificulta a respiração e as atividades diárias.
Medicamentos para infecção pulmonar
A medicação para a pneumonia busca combater a infecção e aliviar os sintomas. Ressaltamos, contudo, que o paciente busque atendimento médico para obter um diagnóstico e uma orientação adequada, e que complete o curso prescrito, mesmo que os efeitos melhorem antes do término.
Como mencionado, a escolha depende do agente causador e da gravidade dos sintomas. Dentre as principais opções estão:
- Antibióticos: São a principal linha para pneumonia bacteriana. Exemplos incluem amoxicilina, azitromicina, claritromicina e ceftriaxona. O tipo é selecionado com base no patógeno suspeito e na resistência bacteriana.
- Antivirais: Para casos de pneumonia viral, como a causada pelo vírus da gripe ou pelo coronavírus, antivirais como oseltamivir (Tamiflu) ou remdesivir. Esses produtos são mais eficazes quando administrados nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.
- Antifúngicos: Alternativas como fluconazol, itraconazol ou anfotericina B são usados na pneumonia fúngica. Esses tratamentos são mais longos e podem ser necessários por várias semanas ou até meses, dependendo da gravidade da infecção.
- Broncodilatadores: Em alguns casos, especialmente quando há broncospasmo (estreitamento das vias aéreas), broncodilatadores como salbutamol são prescritos para facilitar a respiração.
- Corticosteróides: Embora não sejam indicados para todos os casos, em situações de inflamação grave, como na pneumonia associada à COVID-19, os corticosteróides são uma opção para reduzir a resposta inflamatória e melhorar a função pulmonar.
- Analgésicos e antipiréticos: Itens como paracetamol ou ibuprofeno são frequentemente recomendados para aliviar a dor e a febre associadas à pneumonia. Não resolvem a infecção, mas ajudam a melhorar o conforto do paciente.
Além disso, alertamos para as ações de prevenção! Manter as vacinas em dia, evitar o tabagismo e adotar hábitos de vida saudáveis são medidas eficazes para reduzir o risco de contrair pneumonia.
Quais são os sintomas de pneumonia em criança?
As crianças fazem parte dos grupos de risco, especialmente aquelas com menos de 2 anos, devido ao seu sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Por isso, é muito fundamental estar atento aos sintomas que, geralmente, incluem febre alta, tosse persistente, respiração rápida ou dificuldade para respirar, dor no peito, fadiga, e em alguns casos, dores nas costas. Os bebês podem ainda manifestar irritabilidade, falta de apetite e gemidos ao respirar.
A duração da pneumonia infantil varia entre uma a três semanas, dependendo da gravidade e da resposta aos cuidados. É crucial que o processo seja orientado por um pediatra para garantir uma recuperação segura e eficaz.
Caso você ou alguém próximo apresente os sintomas mencionados, não hesite em buscar orientação médica para um diagnóstico e tratamento precoces. Com os cuidados certos, é possível superar a pneumonia e recuperar a saúde dos pulmões.