Alergia alimentar em bebê: entenda os sinais, causas e como agir!

alergia alimentar infantil

O que é alergia alimentar em bebê?

A alergia alimentar em bebê é uma reação exagerada do sistema imunológico a proteínas presentes em certos alimentos. Quando o organismo reconhece essas substâncias como perigosas, ele libera anticorpos e substâncias inflamatórias para combatê-las, resultando em incômodos variados e desconfortáveis.

Essa condição pode surgir já nos primeiros meses, com a introdução de novos paladares ou no aleitamento, devido à dieta materna. “O risco de o organismo reconhecer proteínas dos alimentos como inimigas é maior [nessa fase], acarretando sintomas clínicos diversos”, fala Renata Rodrigues Cocco, médica pediatra, membro do departamento científico de alergia alimentar da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).

É fundamental compreender que não se trata de uma fase passageira e impacta diretamente o crescimento e o desenvolvimento saudável do bebê, exigindo atenção especializada.

Quais os tipos de alergia alimentar em bebês?

Existem diferentes classificações de alergia alimentar em bebês de acordo com a resposta física:

1. Alergias mediadas por IgE: O mais comum. Ocorre à medida que o sistema imunológico libera a imunoglobulina E (IgE) ao entrar em contato com o alérgeno, causando respostas imediatas, como urticária, inchaço, vômitos, dificuldade para respirar e, até mesmo, anafilaxia.

2. Alergias não mediadas por IgE: O corpo não produz anticorpos do tipo IgE, e os sinais costumam surgir de maneira mais lenta. Incluem diarréia crônica, sangue nas fezes, refluxo persistente, cólicas intensas e perda de peso.

3. Alergias mistas: Combinam aspectos das duas anteriores, isto é, tanto mecanismos mediados por IgE quanto não mediados estão presentes. O bebê costuma apresentar problemas gastrointestinais associados a manifestações na pele e no trato respiratório.

Qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?

Embora frequentemente confundidas, alergia alimentar e intolerância alimentar são condições distintas. A primeira envolve a imunidade e causa complicações sérias, ainda que com quantidades mínimas. Já a intolerância está relacionada à dificuldade de digerir certos componentes, como a lactose. Mas isso não ativa o sistema imune.

Um bebê com intolerância costuma apresentar gases, cólicas e diarreia após consumir leite, por exemplo, mas não corre perigo de vida. Já um bebê alérgico ao leite de vaca terá adversidades mais severas, como urticária ou edema de glote. Portanto, se os pais e/ou cuidadores observarem algum dos pontos mencionados acima, busquem atendimento para o diagnóstico correto. Vamos detalhar mais abaixo.

Como saber se o bebê está com alergia alimentar?

Identificar uma alergia alimentar em bebê exige observação cuidadosa por parte dos pais e avaliação profissional. Os alertas mais comuns são:

  • Lesões avermelhadas na pele (urticária);
  • Coceiras;
  • Inchaço nos lábios, olhos ou face;
  • Refluxo constante;
  • Gases e distensão abdominal;
  • Diarreia com muco ou sangue;
  • Prisão de ventre persistente;
  • Vômitos intensos e contínuos;
  • Irritabilidade constante;
  • Dificuldade para ganhar peso ou crescer.

A melhor forma de identificação é por meio de exames laboratoriais (como o teste de IgE específico) e a observação diante da exclusão e reintrodução daquela comida que gera suspeita. “A falta do correto diagnóstico leva a sintomas graves, potencialmente fatais, enquanto a restrição desnecessária acarreta estigmas nutricionais, psicológicos e sociais. O diagnóstico e tratamento devem ser realizados por médico experiente, preferencialmente um alergista.”, explica a pediatra.

Qual alimento dá alergia em bebês?

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar aproximadamente 80% das ocorrências estão relacionadas ao consumo de: 

  1. Leite de vaca: é o alérgeno mais comum em bebês e pode causar manifestações tanto imediatas quanto tardias;
  2. Ovos: sobretudo a clara, rica em proteínas sensibilizantes;
  3. Soja: presente em fórmulas infantis e produtos industrializados;
  4. Trigo: associado à alergia ao glúten ou à doença celíaca;
  5. Peixes e frutos do mar: menos frequentes no primeiro ano, mas relevantes;
  6. Amendoim e oleaginosas: mesmo em quantidades mínimas;
  7. Frutas como morango, kiwi e manga: podem provocar irritações ou reações cruzadas com pólen.

Assim, o mais recomendado é introduzir novos itens gradualmente e com muita atenção.

Como tratar uma alergia alimentar em bebê?

O tratamento da alergia alimentar em bebê baseia-se, principalmente, na eliminação do agente causador. Após identificado, ele deve ser totalmente retirado da dieta e, às vezes, da alimentação da mãe, se ela estiver amamentando.

Destacamos outras estratégias importantes:

  • Acompanhamento com pediatra e alergologista;
  • Monitoramento nutricional com nutricionista infantil;
  • Consumo de fórmulas hipoalergênicas;
  • Administração de medicamentos antialérgicos;
  • Ter noções sobre primeiros socorros.

Lembre-se: A automedicação traz diversos riscos, por isso, consulte um profissional capacitado para indicar o caminho mais adequado.

Qual fórmula dar para bebê com alergia à proteína do leite?

Antes de mais nada, a Farma 22 reforça a orientação do Ministério da Saúde em priorizar o aleitamento até o sexto mês e, preferencialmente, até os dois anos de idade.

No caso do uso de fórmulas em bebês com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), existem alternativas específicas e seguras como:

1. Fórmulas extensamente hidrolisadas: As proteínas do leite são quebradas em fragmentos muito pequenos, reduzindo significativamente as chances de reação alérgica. São indicadas como primeira linha. Aptamil Pepti e Pregomin são boas opções. Leia mais aqui.

2. Fórmulas à base de aminoácidos: Contém apenas aminoácidos livres, ou seja, sem estruturas proteicas complexas. Neocate e Neoadvance, ambas da Danone, são seguras até para os alérgicos mais sensíveis. 

3. Fórmulas à base de soja (com restrição): Usadas a partir dos seis meses de idade quando a APLV não estiver associada à soja. Confira os benefícios de Milnutri da Danone. No entanto, ressaltamos que muitos bebês com APLV também reagem à soja. Consulte seu médico.

O acompanhamento com nutricionista é fundamental para assegurar o crescimento adequado do bebê mesmo com limitação alimentar.

Perguntas mais comuns

1. Quanto tempo dura uma alergia alimentar em bebê?

A duração varia conforme o tipo, a gravidade das reações e o tempo de exposição. Muitas crianças superam certas alergias com o tempo, sobretudo ao leite e ao ovo, por volta dos 3 a 5 anos. Contudo, outros como amendoim ou frutos do mar, tendem a ser alérgenos por toda a vida. Assim, vale uma reavaliação periódica.

2. Como fica a pele de um bebê com alergia alimentar?

As evidências apontam sinais, como: vermelhidão, descamação, urticária (placas elevadas e coceira), dermatite atópica e áreas ressecadas e com feridas. Esses distúrbios cutâneos costumam persistir por dias. Cremes hidratantes e anti-inflamatórios aliviam o desconforto, mas o controle definitivo depende da exclusão do elemento.

3. É possível prevenir as alergias alimentares na infância?

Embora não exista um composto para evitar completamente o quadro, algumas medidas são positivas:

  • Amamentação exclusiva até os seis meses;
  • Introdução gradual e monitorada de novos alimentos a partir do sexto mês;
  • Exposição controlada aos itens mencionados;
  • Manutenção da saúde intestinal do bebê com probióticos (sob recomendação);
  • Evitar uso precoce de antibióticos e medicamentos desnecessários.

4. A alergia alimentar tem cura?

É possível que a alergia alimentar em bebê seja transitória, pois conforme o corpo amadurece, deixa de reagir. No entanto, isso não é consenso, especialmente com amendoim, castanhas e frutos do mar.

Embora ainda não exista uma cura definitiva, há protocolos eficazes para controle dos sintomas e estratégias de dessensibilização oral aplicadas em contextos específicos e sob supervisão médica rigorosa. “Não falamos em cura, mas, sim, em tolerância. A tolerância pode ser induzida por meio de um tratamento chamado imunoterapia oral, que consiste em um planejamento de tratamento para prontamente reconhecer reações graves potencialmente fatais (anafilaxia), realizado em ambiente preparado com quantidades pequenas e crescentes do alimento em questão”, elucida o médico e presidente do Departamento Científico de Alergia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) Herberto José Chong Neto.

A Farma 22 apoia o cuidado com a saúde dos pequenos e oferece toda a linha de produtos especiais para nutrição infantil, além de suporte informativo para pais e responsáveis.

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