Descubra o que é a intolerância à lactose infantil, seus sintomas e tratamentos. Aprenda a oferecer uma alimentação adequada aos pequenos.
O que é intolerância à lactose?
A intolerância à lactose afeta muitas pessoas, causando desconfortos gastrointestinais ao consumir laticínios.
Verifica-se essa condição quando o organismo tem dificuldade em digerir a lactose, um açúcar encontrado no leite e em seus derivados. Isso acontece devido à ausência ou produção insuficiente de lactase, uma enzima essencial para o processo de digestão.
A intolerância à lactose está classificada em três tipos:
- Primária: É a forma mais comum e ocorre porque a síntese enzimática diminui com o passar do tempo. Surge na juventude ou na fase adulta.
- Secundária: É causada por algum outro distúrbio que afeta o intestino, como doença celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa, gastroenterite, dentre outras.
- Congênita: É a forma mais rara e apresenta-se em bebês que nascem com uma
produção muito baixa ou nula. É transmitida de geração a geração.
“A intolerância à lactose secundária e a do prematuro são transitórias, o indivíduo volta a tolerar após um período de dieta sem o carboidrato. As demais são para toda a vida”, esclarece a pediatra Jocemara Gurmini, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
É bastante comum que a intolerância seja confundida com uma outra enfermidade – a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), mas é fundamental compreender as diferenças. Como mencionado, na intolerância à lactose o corpo não consegue absorver um carboidrato, a lactose, pela falta da enzima lactase. O processo acaba sendo feito pelas bactérias intestinais, gerando gases, desconforto abdominal, cólicas, distensão, flatulência, evacuações moles e dermatite perineal.
Mas não reações alérgicas. Já em pacientes com alergia ao leite, a questão é a proteína que consegue ultrapassar a barreira mucosa do intestino delgado e alcançar a corrente sanguínea. Isso pode desencadear uma série de alergias com alguns sinais parecidos aos da intolerância (como cocô amolecido) e alguns mais graves, incluindo presença de sangue, vômitos, dificuldade de ganho de peso, urticária, eczema e, em casos extremos, choque anafilático.
Quais são os sintomas da criança com intolerância à lactose?
Os sintomas variam de acordo com o nível de intolerância e a quantidade de lactose ingerida. Uma das mais comuns é a temida cólica. Entenda mais sobre esse problema clicando na reportagem. Outros efeitos incluem dor abdominal, inchaço e gases, diarreia ou fezes pastosas, náusea, por vezes acompanhada de vômitos, irritabilidade e desconforto geral. Se notar qualquer um desses pontos no seu filho(a), registre a frequência e intensidade para facilitar o diagnóstico.
Como fazer o teste de intolerância à lactose em crianças?
Existem diferentes exames para se chegar a um diagnóstico:
- Teste de hidrogênio expirado: Mede os níveis de hidrogênio no ar expirado após a ingestão de lactose.
- Teste de tolerância à lactose: Avalia os níveis de glicose no sangue depois do consumo de uma solução contendo lactose.
- Teste de acidez fecal: Verifica a presença de ácidos que indicam a fermentação da lactose não digerida.
Um pediatra, de preferência especializado em gastroenterologista, irá orientar sobre a melhor alternativa.
Como tratar intolerância à lactose em crianças?
O tratamento depende da gravidade da intolerância e inclui:
- Reduzir ou eliminar a lactose, substituindo-a por alternativas como leites vegetais (amêndoa, aveia ou soja) e leites sem lactose e fórmulas específicas que atendam às necessidades nutricionais.
- Uso de enzimas sintetizadas: Em gotas ou comprimidos.
- Acompanhamento nutricional: Para garantir a oferta de nutrientes essenciais como cálcio e vitamina D.
Hoje em dia, várias composições contém leite. Por isso, em quadros de intolerância ou alergia é crucial saber ler os rótulos e riscar da lista qualquer item que contenha leite em pó, leite desnatado, leite fluído, composto lácteo, caseína, caseinato, lactoalbumina, lactoglobulina, lactulose, lactose, proteínas do soro, soro de leite, whey protein.
Outra dica: evite produtos com aroma de queijo, sabor artificial de manteiga, caramelo, creme de coco e açúcar queimado, que costumam conter resquícios de lactose. Atenção também para medicamentos e cosméticos. “A criança que está sendo amamentada deve ser mantida com leite materno e a mãe fará a dieta.
Em caso do uso de fórmula infantil, esta será substituída por formulação especial com proteína hidrolisada ou aminoácidos”, acrescenta a especialista. Saiba mais sobre fórmulas infantis sem lactose aqui.
Um ponto relevante é que a intolerância à lactose é dose-dependente, ou seja, em situações mais leves, pequenas quantidades de laticínios são toleradas. Algumas, por exemplo, conseguem beber de 1 a 2 copos de leite por dia tranquilamente. Além disso, ingerir alimentos sólidos junto ao leite retarda o esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal, proporcionando mais tempo para a ação da lactase.
O que dar para uma criança que não pode tomar leite?
É preciso substituir o leite por escolhas nutritivas:
- Leites vegetais enriquecidos: à base de soja, arroz ou coco fortificados com cálcio.
- Queijos e iogurtes sem lactose.
- Fontes alternativas de cálcio: Espinafre, brócolis, sementes de chia e gergelim.
- Opções ricas em vitamina D: Peixes como salmão e atum, gema de ovo e alimentos
fortificados.
É primordial oferecer uma alimentação equilibrada e variada para evitar deficiências nutricionais e assegurar uma ingestão apropriada de cálcio. E, se preciso, considerar a suplementação. “Lembre-se que indivíduos com uma dieta pobre em leite e derivados e sem a substituição ou complementação adequada estão mais predispostos a desenvolverem uma mineralização óssea inadequada”, alerta a dra Jocemara.
Qual remédio para intolerância à lactose infantil?
O principal cuidado é realizado com enzimas lactase antes das refeições que tenham lactose.
Já para as mamães que suplementam, as fórmulas sem lactose, como Pregomin Plus para crianças, são uma excelente alternativa. Esses produtos são especialmente desenvolvidos para fornecer os nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento, sem causar desconfortos gastrointestinais.
Estão disponíveis em diferentes composições, contendo proteínas hidrolisadas ou aminoácidos livres, que garantem uma digestão mais fácil e evitam reações adversas. Além disso, são enriquecidas com vitaminas e minerais essenciais, como cálcio e vitamina D, para suprir as necessidades nutricionais dos pequenos.
Contudo, é importante salientar que o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses e, preferencialmente, até os dois anos de idade. Assim, mais uma vez reforçamos: consulte o médico antes de iniciar qualquer intervenção.
Dúvidas Frequentes
Qual é o pior alimento para quem tem intolerância à lactose?
Os alimentos mais ricos em lactose são leite integral, queijos frescos (como ricota e cottage), manteiga e cremes de leite. Eles devem ser evitados ou substituídos por opções sem lactose.
Quem tem intolerância à lactose pode comer ovo?
Sim, ovos não contém lactose e são seguros para consumo. A confusão vem do fato de que diversas receitas com ovos levam também laticínios.
Como é o cocô de uma criança que tem intolerância à lactose?
As fezes ficam mais amolecidas ou apresentam um odor ácido devido à fermentação da lactose não digerida.
Ao observar sintomas ou suspeitar de intolerância à lactose em crianças, procure orientação especializada para garantir saúde e bem-estar ao seu filho(a). Acompanhamento profissional é essencial para um crescimento saudável e feliz!
