Data destaca a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento da meningite e da malária.
A meningite e a malária são doenças potencialmente graves e que podem ser fatais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nos últimos 10 anos, epidemias de meningite ocorreram em todas as regiões do mundo, afetando 2,8 milhões de pessoas a cada ano. A malária apresenta um cenário ainda pior. Dados da OMS apontam que, em 2021, quase metade da população mundial corria o risco de contrair malária. Naquele ano, registrou-se cerca de 247 milhões casos, sendo que 619.000 pessoas morreram.
Diante desse cenário, a Organização Mundial da Saúde determinou o dia 24 de abril para marcar a importância do combate a essas duas doenças, reforçar a conscientização e aumentar as campanhas.
Meningite
- Causas e transmissão
Meningite é uma infecção que se instala normalmente quando bactérias, vírus ou fungos atacam as meninges, que são membranas que envolvem partes do sistema nervoso central. Qualquer pessoa pode contrair a doença, mas as crianças menores de 5 anos são as mais atingidas.
Geralmente, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias. Outras formas de transmissão são a ingestão de água ou alimentos contaminados, além do contato com fezes.
- Sintomas e tratamento
Existe uma diferença entre os sintomas da meningite viral e da bacteriana. No primeiro caso, os sintomas são mais leves e se parecem com os de gripes e resfriados. Já a meningite bacteriana é uma doença grave, podendo causar febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo.
Caso o paciente suspeite de meningite, é importante procurar um hospital imediatamente pela possibilidade de agravamento do quadro clínico. O tratamento vai depender do agente causador da infecção, e pode ser feito com medicamentos antibacterianos ou antifúngicos. Não há tratamento específico para a meningite viral.
- Prevenção
No Brasil, a meningite alcançou o auge da contaminação na década de 1970. Milhares de pessoas contraíram a doença e perderam a vida. Mas, graças ao desenvolvimento de vacinas, conteve-se a doença. O imunizante protege a população de muitos desses agentes infecciosos, principalmente aqueles que causam a meningite bacteriana.
A partir daí, o governo brasileiro passou a considerar a meningite uma doença endêmica. Ou seja, esperam-se casos da doença ao longo de todo o ano, com surtos e epidemias ocasionais. Contudo, há alguns anos, a ocorrência da meningite tem aumentado consideravelmente.
- A importância da vacinação
A pediatra e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Valéria de Melo, explica que isso ocorre por causa do decréscimo da cobertura vacinal. “As nossas coberturas vacinais estão muito baixas, e isso é lamentável. Infelizmente, os primeiros a sentirem as consequências são os menos favorecidos, com menores condições de tratamento”, afirma a especialista. Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, a vacina contra meningite teve apenas 70% de adesão
Por isso a relevância de datas como o Dia Mundial de enfrentamento à meningite. As campanhas promovidas neste dia buscam orientar e conscientizar a população da importância da vacinação contra a meningite, em qualquer idade ou circunstância. A professora reforça ainda que a vacinação não é só uma questão individual, mas sim coletiva. “Temos meios e conhecimento para deter o avanço de epidemias, para que os óbitos e sequelas sejam minimizados ou nem ocorram. Por isso, peço aos profissionais de saúde e às famílias que continuem nesta luta pela vacinação”, explica a médica.
Meningite
- Causas e transmissão
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada, principalmente, pela picada da fêmea do mosquito Anopheles quando o inseto está infectado pelo microrganismo Plasmodium.
É uma doença mais comum em países de clima tropical e subtropical, onde o mosquito vive. No Brasil, a Amazônia responde por 98% dos casos. O inseto se parece com o pernilongo e pica normalmente ao entardecer e à noite.
- Sintomas e tratamento
Os sintomas mais comuns da malária são: calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, às vezes, delírios. No caso de infecção por Plasmodium falciparum, o paciente pode desenvolver a chamada “malária cerebral”, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.
O diagnóstico é feito por meio de exames capazes de determinar a presença do parasita, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente.
Não existe vacina contra a malária e a decisão de como tratar o paciente deve estar de acordo com o Manual de Terapêutica da Malária, editado pelo Ministério da Saúde. Importante ressaltar que o tratamento não deve ser interrompido para evitar o risco de recaídas.
- Prevenção
A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países atingidos. Em 2021, a OMS registrou 139.112 casos, o que representa uma redução de quase 3% em relação a 2020.
O Ministério da Saúde traz algumas indicações que podem ajudar na prevenção à malária. Entre as medidas estão o uso de repelente, camisa de mangas compridas, mosquiteiros e telas em portas e janelas em zonas endêmicas. Nesses locais é importante, também, evitar banhos em igarapés e lagoas, especialmente ao anoitecer e ao amanhecer.
Já dentre as medidas de prevenção coletiva estão a drenagem, obras de saneamento, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho, e uso racional da terra. Tudo para evitar a proliferação do mosquito.
Caso a pessoa desconfie de uma infecção, deve procurar um serviço especializado imediatamente.
Fontes
https://bvsms.saude.gov.br/meningite/
https://bvsms.saude.gov.br/malaria-5/
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria