Guia da Pré-diabetes: sintomas, tratamento e recomendações

A pré-diabetes é uma fase que antecede a instalação do quadro de diabetes no organismo do indivíduo. Porém, ao contrário dela, a pré-diabetes tem cura e pode regredir, caso seja diagnosticada e tratada a tempo.

Nesse estágio, é preciso acender o alerta e procurar um especialista o mais rápido possível. De acordo com dados da International Diabetes Federation, no Brasil existem aproximadamente 15 milhões de pessoas nessa situação.

Para evitar que você seja mais um nessa triste estatística, preparamos um guia com todas as informações sobre sintomas, tratamentos e recomendações para você se informar e ter uma vida cada dia mais saudável! Acompanhe.

O que é pré-diabetes? Por que ela acontece?

Antes de mais nada, o leitor precisa saber o que é diabetes. Ela é uma doença crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, quadro motivado pela dificuldade do organismo de processar o açúcar que chega através da alimentação. [1]

Esse cenário é resultado da queda da produção de insulina a níveis drásticos ou mesmo da ausência total da produção do hormônio pelo pâncreas. A função dela é reduzir a taxa glicêmica em circulação, preparando a glicose disponível até então, para ser utilizada com fonte de energia posteriormente.

Quando, por alguma razão, o pâncreas passa a ter dificuldades de secretar insulina, o índice de açúcar no sangue fica elevado. Ou seja, temos a instalação da diabetes, uma doença sem cura. Mas, para a qual existe tratamento.

O que é a pré-diabetes então? Ela acontece assim que os níveis de açúcar no sangue ultrapassam os valores normais, podendo essa alteração ser sensível ou considerável. Ela é um estágio intermediário, entre a normalidade e a diabetes, um alerta do corpo para algo que pode ser mais grave no futuro próximo.

Quais as principais causas da pré-diabetes?

Existem vários fatores que podem desencadear a pré-diabetes. Entre eles, podem se destacar:

  • Sedentarismo;
  • Predisposição genética;
  • Alimentação hipercalórica;
  • Ganho exagerado de peso.

Como você percebeu, a pré-diabetes é uma doença multifatorial, em que o ganho de peso é um grande fator de risco.

A explicação é de que com o aumento da massa, o pâncreas passa a produzir mais insulina para dar conta do recado. Entretanto, o organismo não vê a elevação do nível do hormônio no sangue como algo bom.

Assim, temos um quadro de resistência insulínica. Ou seja, mesmo com altos índices da substância no sangue, ela não funciona como deveria. Com isso, a taxa de açúcar continua elevada e os problemas associados ao aumento de peso tendem a piorar.

Quais valores são considerados pré-diabetes?

Já pode ser considerado pré-diabetes quando a glicemia fica entre 100 e 125mg/dl. A diabetes é confirmada assim que a taxa de glicose fica acima dos 125 miligramas por decilitro de sangue.

Os valores considerados normais para uma pessoa saudável são 99mg/dl. Então, quando o paciente apresenta um valor superior a 100mg/dl, o quadro já requer atenção e monitoramento.

Dado importante é que todos esses valores de referência são para pessoas em jejum.

A Pré-diabete é uma doença sem sintomas aparentes

A pré-diabetes não apresenta sintomas característicos que possam caracterizar a doença, além da comparação dos níveis de glicose. Sendo muito comum que ela permaneça silenciosa numa faixa de tempo entre 3 e 5 anos.

Existem casos incomuns de pessoas pré-diabéticas que apresentaram escurecimento de pele em regiões como a virilha, axilas e pescoço.

Por se tratar de uma doença quase imperceptível, a recomendação é que pessoas acima dos 45 anos realizem testes glicêmicos periódicos. O mesmo vale para quem tem casos de hipertensão, excesso de peso, ovário policístico e histórico de diabetes tipo 2 na família ou desenvolveu diabetes durante a gestação.

Pré diabetes tem cura?

A pré-diabetes tem cura. Para isso é preciso seguir todas as recomendações médicas, adequar a alimentação para uma nova realidade e praticar atividades físicas regularmente.

O paciente precisa ter em mente que o novo estilo de vida saudável deve acompanhá-lo para a vida toda, já que o envelhecimento pode tornar o controle da doença uma missão difícil.

Quando a pré-diabetes vira diabetes de fato?

Como você viu, a pré-diabetes tem cura. Por isso, nem sempre irá desencadear um quadro de diabetes propriamente dito. O tempo em que a diabetes pode se estabelecer no organismo depende de pessoa para pessoa. Mas, pode levar entre 3 a 10 anos, isso caso você não se cuide.

Quando a diabetes se instala, não há cura. Esse é o fato mais triste e, que requer também cuidados de profissionais especializados e muita compreensão e disciplina do paciente. Ao contrário da pré-diabetes, a diabetes apresenta diversos sintomas:

  • Perda de peso;
  • Cansaço;
  • Fome frequente;
  • Falta de energia;
  • Visão embaçada;
  • Infecções;
  • Mau hálito;
  • Dificuldade de cicatrização;
  • Urina frequente.

A gravidade e a intensidade de cada sintoma depende do estado clínico de cada paciente, sendo que muitos deles levam vidas plenas e normais. Por isso, nunca desista da sua saúde.

Como é feito o tratamento da pré-diabetes?

O tratamento para a pré-diabete parte primeiramente do controle da ingestão de gorduras, açúcar e sal.

Mas, não para por aí. Os novos hábitos alimentares precisam vir acompanhados de uma nova relação também com o corpo. Nesse sentido, a prática de exercícios físicos regulares é também fundamental.

Para fechar a estratégia de tratamento com chave de ouro, os níveis de glicose devem ser medidos de forma regular. Os resultados vão dizer se o paciente está com a pré-diabetes controlada ou se será necessário inserir medicamentos para diabetes na rotina de cuidados.

Dieta para pré-diabetes: o que é recomendado?

A dieta da pré-diabete ainda envolve o consumo de alimentos fibrosos, de proteínas, de vegetais folhosos e escuros e também do feijão. A ingestão de frutas com casca e bagaço também contribui para o controle glicêmico.

Para ter uma alimentação saudável, a recomendação é procurar um nutricionista de sua confiança. Os alimentos devem ter baixo índice glicêmico, diminuindo também a absorção de açúcares. Os mais vantajosos são:

  • Carnes magras – como frangos, tofu, ovos, peixes e frutos do mar;
  • Verduras e legumes – tomate, alface, cenoura, ervilha, abóbora e jiló;
  • Leguminosas – feijão , soja, grão-de-bico, lentilha e ervilha;
  • Frutas – com casca e baga, como morango, pêra, manga, laranja e maçã;
  • Gorduras saudáveis – azeite, nozes, amêndoas e óleo abacate;
  • Laticínios – leite desnatados, iogurte desnatado e queijo brancos;
  • Cereais integrais – arroz integral, macarrão integral, quinoa, milho e aveia.

É preciso solidificar também o hábito de beber água, a média é de 2 litros por dia. Entretanto, o nutricionista é quem vai dizer a quantidade mais exata, de acordo com seu tipo físico e necessidades nutricionais.

Pré- diabético pode tomar vitamina D?

Os pacientes de pré-diabetes devem tomar vitamina D para manter ótimos níveis de saúde e evitar quadro de avitaminose durante o tratamento. A associação de entre pré-diabetes e vitamina D não é exatamente direta, nem mesmo entre a diabetes tipo 2 e a vitamina D. Existem estudos científicos avaliando essa possibilidade.

Um deles, por exemplo, aponta que o consumo de vitamina D contribui para o tratamento da doença atuando no sistema imune, na secreção e na resistência insulínica [2]. O nutriente também ajuda manter a densidade óssea de pré-diabéticos, visto a tendência de enfraquecimento dos ossos dessas pessoas.

O que se tem de exato até o momento é que a pré-diabetes é provocada pelos hábitos de vida e predisposição genética à baixa ou ausência de produção de insulina. Com isso, o açúcar no sangue não é metabolizado, permanecendo na corrente sanguínea.

Por sua vez, a vitamina D é obtida pela ingestão de alimentos ricos no nutriente, mas também pela exposição aos raios solares. A carência da vitamina D provoca baixa absorção de cálcio, baixo nível de íons fosfato no sangue, enfraquecimento dos ossos, etc.

Evite a pré-diabetes: mude seus hábitos agora mesmo

Pode parecer alarmista, mas não é. Os hábitos de vida têm grande importância no seu quadro de saúde no futuro, durante o envelhecimento. Por isso, quanto mais cedo você tiver uma vida focada no autocuidado e na saúde, mais tempo saudável você permanecerá.

O Blog da Farma 22 espera ter contribuído com a sua jornada com esse conteúdo, que mostra um panorama amplo do que é a pré-diabetes, seus perigos e possíveis tratamentos ou soluções. Esperamos que essas informações sejam muito úteis para você.

Vida longa e até a próxima!

Referências:

[1] SOUZA, Camila Furtado de et al. Pré-diabetes: diagnóstico, avaliação de complicações crônicas e tratamento. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 56, p. 275-284, 2012. Disponível em: <scielo.br/j/abem/a/MgsyXmmtJfhtjrsmzBtJRFs/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 04/08/2022.

[2] OLIVEIRA, Fernanda Passos A. et al. Vitamina D associada à resistência insulínica. HU Revista, v. 42, n. 2, 2016. Disponível em: <https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2470/868>. Acesso em:04/08/2022.

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Autor: Farma22

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