Síndrome de Tourette: O que é, causas e sintomas
A Síndrome de Tourette é um distúrbio que traz muitos danos sociais e emocionais ao indivíduo. Ela traz prejuízos ao desenvolvimento de crianças e adolescentes, impactando em suas relações como um todo.
A causa da síndrome de tourette é ainda um mistério para a comunidade científica, que acredita que o desencadeamento da doença é de origem genética.
Neste conteúdo, você vai conhecer sobre os sintomas, possíveis tratamentos e algumas recomendações para contribuir para que essas pessoas tenham uma vida melhor. Confira!
O que é a síndrome de Tourette?
A síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico, marcado por tiques motores ou verbais repetitivos. Geralmente, os sintomas aparecem na infância e ficam instalados por mais de um ano na pessoa.
Os sintomas podem variar entre semanas e meses, mudando de intensidade e até mesmo de frequência. O indivíduo pode desenvolver tourette mesmo tendo uma boa saúde emocional.
O aparecimento do quadro está associado a quadros obsessivo compulsivo (TOC), ao distúrbio de atenção com hiperatividade (TDAH) e aos transtornos de aprendizagem.
Quais as causas da síndrome de Tourette?
As causas da síndrome de tourette ainda são desconhecidas. Entretanto, é possível que fatores genéticos sejam os responsáveis pelo desenvolvimento do distúrbio.
Na literatura médica, existem casos de pacientes que desenvolveram a síndrome após sofrer traumatismo craniano. Mas elas podem aparecer em crianças, adolescentes e adultos aparentemente saudáveis.
Quais os sintomas da Síndrome de Tourette?
As primeiras manifestações da doença são caracterizadas pelos tiques motores. Eles são franzir a testa, piscar, contrair algum músculo da face repetidamente, balançar a cabeça e contração dos músculos abdominais ou outros grupos musculares com solavancos [1].
Há ainda movimentos mais complexos que podem ser de difícil associação com a doença. Por exemplo, tocar, esbarrar ou bater em objetos próximos ou específicos. Entre os tiques vocais da síndrome de Tourette, é possível destacar:
- Tossir;
- Fungar;
- Arranhar a garganta.
Por que quem tem síndrome de Tourette fala palavrão?
Os sintomas que fazem a síndrome de Tourette ser mais conhecida são os menos frequentes nos pacientes. Porém, são aqueles que trazem mais danos à vida social deles.
A coprolalia é o ato de repetição de palavras, seja de forma parcial ou integral. Além disso, o portador do distúrbio ainda pode proferir frases inteiras sem parar. Outro sintoma é a copropraxia, que representa os gestos obscenos que essas pessoas fazem involuntariamente. Por fim, a ecolalia é caracterizada pela repetição de frases ou palavras ditas por outras pessoas.
Esses sintomas causam muitas frustrações e sofrimento aos pacientes da síndrome de Tourette, podendo desencadear fobia social, grande irritabilidade, ansiedade e outros danos emocionais.
A síndrome de Tourette tem cura?
A síndrome de Tourette não tem cura. Por outro lado, existem tratamentos que podem ser aplicados, com a tentativa de minimizar os sintomas, com isso melhor qualidade de vida para o indivíduo.
Qual o tratamento da síndrome de Tourette?
A síndrome de tourette pode ser tratada e controlada, através do tratamento conhecido como reversão cognitiva.
Ela consiste em preparar o paciente para perceber os sinais que antecedem os tiques, assim estimulando uma resposta consciente e voluntária perante ao estímulo involuntário. No entanto, a viabilidade e principalmente o sucesso dessa estratégia devem ser avaliadas caso a caso.
Em casos em que os danos sociais são muitos, a administração de medicamentos psicoativos pode ser avaliada por um médico psiquiatra. Outra estratégia é aplicação da toxina botulínica naqueles em pessoas que têm tiques bem localizados.
As terapias alternativas como yoga e meditação ajudam a aliviar o estresse. Enquanto a prática de esporte promove o relaxamento e bem-estar, já que trabalha o foco de atenção do paciente.
Como lidar com alunos com síndrome de Tourette?
A principal estratégia é a conscientização de toda a comunidade escolar. Dessa forma, propor ações para que a criança ou adolescente se sinta acolhido e não repreendido é um ótimo início.
Para isso, informação é fundamental. Ou seja, tantos os colegas de escola, professores, equipe pedagógica e gestão precisam conhecer os sintomas e entender que as manifestações são involuntárias[2].
Caso contrário, uma perspectiva de repreensão e de preconceito pode fazer com que o aluno desenvolva repulsa ao ambiente escolar, provocando até mesmo abandono de suas atividades estudantis. Algumas dicas para seguir são:
- Observe bem a criança ou adolescente;
- Análise as situações em que ela desenvolver o tique, assim tente evitá-las;
- Dê espaço, permita com que ela saia da sala de aula quando os tiques se manifestarem;
- Nunca repreenda e tome cuidado com os estímulos para que a criança suprima os sintomas;
- Em exames e provas, separe um local reservado para a criança ou adolescente.
Um fato importante é que crianças com síndrome de tourette também podem apresentar dificuldades de concentração e aprendizado. Por isso, é muito importante que o professor desenvolva estratégias de aprendizado específicas para esse aluno ou aluna.
Em caso de suspeita de síndrome de Tourette, o que fazer?
Se você suspeita que uma criança da família ou da sua escola está com síndrome de tourette, é preciso seguir algumas recomendações. O objetivo é evitar danos prolongados e alcançar melhores resultados com o rápido início do tratamento.
O ponto principal é não adiar a visita ao médico, principalmente nos anos iniciais da vida da criança. Isso vai ajudar com que ela se desenvolva melhor. Sem dúvidas, essas ações irão melhorar a convivência e trazer benefícios não só para a vida de quem possui a síndrome de Tourette, mas para todas as pessoas em volta.
Além disso, toda a família e comunidade escolar precisa estar consciente quanto à manifestação involuntária dos tiques e trabalhar para que o indivíduo se sinta acolhido.
Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para que você busque sempre o melhor para quem você ama. Falando em saúde e bem-estar, que tal conferir nosso post sobre como aumentar a imunidade por meio da alimentação? O conteúdo está bem completo.
Nos vemos lá!
Referências:
[1] LOUREIRO, Natália Isabel V. et al. Tourette: por dentro da síndrome. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 32, p. 218-230, 2005. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rpc/a/x6yg7b59hfZSytLDPnDqQdq/?format=pdf&lang=pt >. Acesso em:12/09/2022
[2] GOMES, Millena de Cássia Ormenese et al. “Quando a gente não entende das coisas, a gente não sabe lidar com elas”: estudo de caso de um aluno com síndrome de Tourette cursando o ensino público regular. 2008. Disponível em: < https://dspace.mackenzie.br/bitstream/handle/10899/22636/Millena%20de%20Cassia%20Ormenese%20Gomes.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 12/09/2022