A endometriose é a principal causa de infertilidade feminina. A doença não tem cura, mas pode ser tratada.
A endometriose se tornou uma das principais preocupações das mulheres no quesito da saúde. Isso porque, embora dolorosa, trata-se de uma doença silenciosa. Segundo o Ministério da Saúde, uma a cada 10 mulheres sofre com os sintomas da doença, mas desconhece a existência do problema. Em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou mais de 26,4 mil atendimentos para endometriose e oito mil internações.
O dia 08 de maio marca o dia da Luta contra a Endometriose, uma data que chama a atenção para a relevância dessa doença e busca conscientizar a população sobre o tratamento adequado.
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O que é a endometriose?
Em um ciclo menstrual normal, mensalmente o endométrio fica mais espesso para receber o óvulo fecundado. Quando não há gravidez, o tecido descama e é expelido na menstruação.
No caso da endometriose, em vez de serem eliminadas, as células do endométrio se movimentam em direção aos ovários ou à cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a causar sangramentos.
Não há consenso médico sobre as causas, por isso os ginecologistas focam no diagnóstico e no tratamento.
Sintomas e diagnóstico
Edmund Baracat, médico ginecologista e obstetra, professor universitário e Pró-Reitor de Graduação da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a endometriose é mais frequente no período reprodutivo da mulher. “Ou seja, desde a adolescência até a transição para a menopausa. Um dos sintomas que a mulher pode apresentar é a cólica intensa durante a menstruação, que se torna constante e progressiva, ela vai aumentando de intensidade e geralmente começa mais tardiamente”, explica o médico.
Outros sintomas possíveis são: dor durante as relações sexuais, dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação; e dificuldade de engravidar. Diante desses alertas, os médicos realizam uma série de exames, dentre eles, exames de imagem (ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética), laparoscopia (com a possibilidade de biópsia), exame de toque (fundamental no diagnóstico em casos endometriose profunda), além de testes laboratoriais.
Como tratar?
O tratamento da endometriose se concentra em controlar a dor da paciente, retirar os focos e refazer a anatomia uterina. Para tratar a dor, indicam-se anti-inflamatórios não esteroides e, em alguns casos, medicamentos para suprimir a atividade dos ovários. Já o procedimento para remover ou eliminar o tecido endometrial vai depender da gravidade da endometriose. Em casos moderados, indica-se uma laparoscopia abdominal. Mas, muitos especialistas alertam que essa remoção cirúrgica é uma medida temporária, pois, na maioria das mulheres, a endometriose reaparece.
Por isso, a principal indicação é de cirurgia para remover o útero ou, às vezes, o útero e os ovários. Assim, o tratamento vai depender não apenas dos sintomas, e da fase da endometriose, mas, especialmente, do desejo da paciente em engravidar.
Endometriose causa infertilidade?
Embora não seja uma regra, a endometriose é hoje a principal causa de infertilidade feminina. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% e 15% de mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolver a doença e há 30% de chance de que fiquem estéreis.
“Quanto mais tempo se leva para um diagnóstico, mais a endometriose vai se disseminando no interior do abdômen, podendo levar à infertilidade por alterações anatômicas, obstrução das trompas, alteração na ovulação. Por isso, o ideal é a detecção e o tratamento precoce”, destaca o dr Barakat. Diante desse cenário, pacientes de endometriose que desejam engravidar devem considerar algumas opções.
Uma delas é a indução da ovulação, uma possibilidade quando as trompas da mulher estão saudáveis. Se existe um comprometimento desses órgãos, ou se a mulher tem mais de 35 anos, o tratamento mais indicado passa a ser a FIV (fertilização in vitro).
Dessa forma, mulheres que passam por tratamento de endometriose e desejam engravidar posteriormente têm mais chances de engravidar por meio do congelamento de óvulos. Com essa técnica, mesmo que a reserva ovariana da mulher seja afetada pela cirurgia, ainda existe a possibilidade de ter filhos.
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