A saúde intestinal desempenha um papel crucial em nossa saúde geral. Um sistema digestivo equilibrado não apenas evita problemas intestinais, como promove a absorção adequada de nutrientes!
Provavelmente você já ouviu falar que o “intestino é o segundo cérebro”. Mas por que será?
Conforme a ciência avança, os especialistas ganham mais e mais conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano. E uma das grandes surpresas envolve justamente o intestino.
Esse órgão tem até nove metros de comprimento e cerca de 500 milhões de células nervosas. Apesar dessa grandiosidade, sempre esteve relacionado apenas a funções como digestão, absorção e transporte de nutrientes. Mas isso mudou.
Segundo estudos recentes, o que acontece no trato gastrointestinal está associado a outros elementos da saúde, incluindo as emoções, o sono, os comportamentos e até transtornos mentais.
“Quando as pessoas falam sobre saúde intestinal, estão falando sobre o microbioma em geral, que são trilhões de bactérias, vírus e fungos que vivem em nossos intestinos e suas interações com vários processos corporais”, diz Isabella Tavares, oncologista e oncogeneticista do Centro de Excelência em Oncologia em Maringá (PR).
Para se ter uma ideia, o microbioma intestinal humano contém cerca de 100 vezes mais genes do que o genoma humano! Esses genes desempenham papéis importantes na regulação do sistema imunológico, no metabolismo de nutrientes e na produção de vitaminas, por exemplo.
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A microbiota do intestino
O intestino é lar de 100 trilhões de microrganismos, conhecidos coletivamente como “microbiota”, que produzem metabólitos importantes para a saúde. Cerca de 70 a 80% das células imunológicas do corpo estão concentradas no intestino.
Existem 100 milhões de neurônios localizados ao longo do intestino que produzem vários neurotransmissores que regulam o humor e a saciedade. Além disso, até 95% da serotonina total do corpo (um dos hormônios da felicidade) está localizada no intestino.
No entanto, maus hábitos, excessos alimentares e o abuso de álcool podem desequilibrar a sua microbiota e causar problemas intestinais. O resultado desse desequilíbrio é o rompimento da barreira intestinal e o enfraquecimento das respostas de defesa do organismo.
O que isso significa? Em curto prazo, baixa imunidade, maior chance de infecções, resfriados, diarreia, gases, azia e queimação no estômago e um tremendo mal-estar. A longo prazo, há chances de desenvolver problemas de saúde, como síndrome do intestino irritável, e até outros mais graves, como doenças do cérebro. “O que acontece é que nosso microbioma ajuda a moldar nosso sistema imunológico.
Isso é importante porque sabemos hoje que a inflamação é muito relevante para nossa saúde e está ligada a quase todos os distúrbios modernos. Então, quando você tem um microbioma intestinal em desequilíbrio, você tende a ter mais dessa inflamação percorrendo seu corpo”, afirma.
Segundo dados da Organização Mundial de Gastroenterologia, 20% da população global sofre com algum tipo de problema intestinal. E, apesar dessas informações alarmantes, 90% não procuram orientação médica.
Vamos mudar esse cenário? Confira aqui como cuidar desse sistema tão complexo e impressionante!
Aumente o consumo de fibras solúveis e insolúveis
Uma dieta rica em fibras é um dos pilares fundamentais para a saúde intestinal. De acordo com os especialistas, o recomendado é consumir entre 25 e 30 gramas de fibras diariamente para ter um intestino saudável e em bom funcionamento.
As fibras alimentares atuam como um alimento para as bactérias benéficas do intestino. Assim, o consumo de uma variedade de alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas, incentiva o crescimento dessas bactérias amigáveis, contribuindo para um ambiente intestinal saudável. Além disso, as fibras auxiliam no movimento regular, prevenindo problemas como a constipação.
É preciso equilibrar o consumo de fibras e dar importância para os dois tipos: solúveis (aquelas que são obstipantes e ajudam a regularizar o trânsito intestinal e reduzir a absorção de colesterol e glicose) e insolúveis (que possuem poder laxativo e aumentam o volume e frequência fecal).
Mas de nada adianta consumir muitas fibras e ter uma alimentação saudável sem beber água. Isso porque o líquido compõe cerca de 75% das fezes. Ou seja, sem água, fica difícil formar o bolo fecal e, consequentemente, ir ao banheiro de forma regular.
Outra dica: se você ainda não consome a quantidade indicada, aumente a ingestão de fibras aos poucos para evitar sintomas como gases ou inchaço decorrentes da mudança de dieta.
Aposte em alimentos probióticos e prebióticos
Introduzir probióticos e prebióticos na sua dieta é outra maneira eficaz de cuidar da saúde intestinal. Mas o que são eles?
É comum haver confusão com os termos “prebióticos” e “probióticos”, mas eles são bem diferentes. Enquanto os prebióticos se referem a substâncias alimentares não digeridas pelo organismo e aproveitadas por micro-organismos benéficos, os probióticos são os próprios micro-organismos benéficos encontrados nos alimentos.
Ambos (probióticos e prebióticos) são importantes para a saúde humana. Por sua vez, os alimentos simbióticos são compostos por prebióticos e probióticos.
Banana, cebola, cebolinha, alho, repolho, alho-poró, aveia, aspargos, nectarina, mirtilo (blueberry) e grapefruit (toranja) são todos alimentos prebióticos. Já alimentos fermentados, como iogurte, kefir, chucrute e kimchi, kombucha, kefir, picles (não pasteurizados) são excelentes fontes naturais de probióticos. Além disso, suplementos probióticos podem ser uma opção para garantir uma quantidade adequada desses microorganismos benéficos.
Sintomas de problemas intestinais
Como citado, é comum que as pessoas ignorem os alertas relacionados ao intestino por acharem que isso é só um problema do dia a dia. Mas no caso de dor crônica ou atípica, é preciso procurar um especialista no assunto. Os principais sinais que podem indicar alguma enfermidade são:
– Diarreia ou prisão de ventre constante;
– Excesso de gases intestinais;
– Barriga inchada;
– Cólicas abdominais frequentes;
– Presença de sangue nas fezes;
– Fezes muito escuras e com cheiro fétido;
– Perda do apetite e de peso.
Quando a dor no intestino é preocupante?
A dor no intestino pode variar de leve a severa, e nem sempre é motivo de preocupação imediata. No entanto, existem certas situações em que a dor intestinal deve ser considerada preocupante e avaliada por um profissional de saúde. Você deve buscar atenção médica se experimentar:
- Dor Intensa ou Persistente:
- Uma dor súbita e severa no abdômen.
- Dor constante ou que piora ao longo do tempo.
- Dor Acompanhada de Outros Sintomas Graves:
- Febre alta ou calafrios.
- Náuseas e vômitos, especialmente se não conseguem manter líquidos.
- Sangue nas fezes ou fezes com cor escura e alcatroada.
- Perda de peso não intencional.
- Sensação de fraqueza ou tontura.
- Dor que Afeta sua Rotina Diária:
- Incapacidade de realizar atividades normais devido à dor.
- Dor que interfere no sono ou no apetite.
- Sinais de Obstrução Intestinal:
- Incapacidade de passar gases ou evacuar.
- Inchaço ou distensão abdominal severa.
- Se Você Tem uma Condição Médica Conhecida:
- Se você tem histórico de doenças gastrointestinais, como doença de Crohn, colite ulcerativa ou diverticulite.
- Se você tem um histórico familiar de câncer de cólon ou outro câncer gastrointestinal.
Em casos de dor abdominal intensa e súbita, especialmente se acompanhada de outros sintomas preocupantes, é crucial procurar atendimento médico de emergência, pois isso pode ser sinal de condições graves, como apendicite, obstrução intestinal ou perfuração intestinal. É sempre melhor errar pelo lado da precaução quando se trata de dor no intestino.
Cheque sinais de intolerância alimentar
Os sintomas acima podem ser um indício de intolerância alimentar – um problema resultante da deficiência ou ausência de enzimas responsáveis por quebrar moléculas maiores em produtos menores que o organismo é capaz de absorver e aproveitar adequadamente. Tente evitar os alimentos que podem estar provocando esses distúrbios gastrointestinais e verifique se os sintomas melhoram.
Se após comer determinado alimento você sente algum tipo de desconforto, procure tirá-lo da dieta para ver se há uma alívio. Se a dúvida persistir, procure um especialista.
E afinal, quem cuida da saúde do intestino? Tanto o gastroenterologista, quanto o proctologista estão aptos a tratar do aparelho digestivo. O gastroenterologista oferece uma abordagem mais clínica e avalia o intestino como um todo, incluindo pâncreas e fígado. Já o proctologista foca na parte mais baixa do aparelho digestivo, ou seja, no intestino grosso, reto e ânus.
Cuidar da saúde intestinal é um investimento no bem-estar
Adotar uma dieta rica em fibras, incluir alimentos probióticos e fermentados, manter-se hidratado e estar atento a sintomas que possam indicar algum problema. Esses são os principais pontos necessários para nutrir o seu sistema digestivo e evitar distúrbios gastrointestinais.
Lembre-se de que cada pessoa é única e é importante encontrar o equilíbrio certo que funcione para você. Assim, a dica é consultar um nutricionista que poderá oferecer orientações personalizadas para otimizar a sua saúde intestinal e, consequentemente, melhorar sua qualidade de vida.
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