Colesterol alto: como controlar? Entenda!

Olha só que dado alarmante: segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 4 em cada 10 brasileiros têm colesterol alto. Sem contar as pessoas que não realizam um acompanhamento médico. Além disso, 20% dos adolescentes, na faixa etária de 12 a 17 anos, também possuem índices elevados de colesterol.

Mas o que isso significa exatamente? Afinal, o colesterol não é necessariamente um problema. Então, antes de mais nada, vamos entender o que é o colesterol e quais seus efeitos no organismo. 

O que é colesterol?

O colesterol é uma substância lipídica produzida principalmente pelo próprio corpo. Trata-se de uma gordura essencial para o funcionamento do nosso organismo, pois desempenha um papel vital na construção de células, produção de hormônios e formação de vitamina D. No entanto, níveis que ultrapassam o limite saudável oferecem riscos. Essa condição é chamada “hipercolesterolemia”, mais conhecida como “colesterol alto”.

Assim, antes de mais nada é preciso entender qual colesterol nos faz bem e qual, em excesso, pode causar problemas. Existem três tipos: LDL, HDL e VLDL:

– HDL (lipoproteína de alta densidade)  

HDL significa “high density lipoprotein” (ou “lipoproteína de alta densidade”). É o chamado colesterol “bom”, pois ajuda o organismo a manter os níveis do colesterol “ruim” controlados, evitando riscos para a saúde. 

– LDL (lipoproteína de baixa densidade)  

LDL quer dizer “low density liprotein” (ou “lipoproteína de baixa densidade”). Em níveis elevados, o LDL tende a se depositar na parede de artérias e vasos sanguíneos, aumentando o risco para problemas como infarto e AVC. Por isso, é popularmente conhecido como o “colesterol ruim”.  

– VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade)  

VLDL significa “very low density liprotein” (ou “lipoproteína de muito baixa densidade”). Quando está alto, o colesterol VLDL também é considerado ruim por aumentar o risco de problemas cardiovasculares.  

A taxa de colesterol é influenciada por diversos fatores, mas, em geral, considera-se que o índice normal total deve ser menor que 190 mg/dL em homens e mulheres. Ou seja, o colesterol está alto quando ultrapassa esse valor.

Cerca de 70% dessa gordura é metabolizada no fígado e os outros 30% adquiridos por meio da alimentação. Dessa forma, é possível contribuir para o equilíbrio das taxas por meio de uma alimentação saudável com baixo teor de gordura.

O que causa o colesterol alto?

Como mencionado, boa parte do colesterol é produzida no fígado. Contudo, é possível auxiliar o organismo a manter boas taxas por meio da adoção de um estilo de vida saudável. Sendo assim, é importante estar atento a esses fatores:

  • Sedentarismo: o exercício físico aumenta os níveis do colesterol “bom”, ou seja, o HDL, além de colaborar para a redução do sobrepeso;
  • Tabagismo: o vício, além de reduzir os níveis do colesterol “bom”, também pode aumentar o risco de doenças cardíacas e câncer;
  • Obesidade: quanto maior o peso corporal, maior a possibilidade de altos níveis de colesterol LDL e baixos níveis de colesterol HDL. Mas atenção: pessoas magras também podem apresentar descontrole nos níveis de gordura no sangue.
  • Alimentação rica em gordura saturada e vegetal hidrogenada: nesse caso, é importante evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (ricos em gordura trans ou vegetal hidrogenada) e reduzir aqueles de origem animal (como a carne vermelha). Refeições ricas em peixes, oleaginosas, aveia, laranja, linhaça, entre outros, contribuem com a redução do colesterol alto.

Válido ressaltar que mesmo pessoas que adotam um estilo de vida equilibrado podem desenvolver hipercolesterolemia porque o colesterol alto pode ser hereditário ou ter relação com herança genética. 

Qual a taxa de colesterol perigosa?

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as taxas desejáveis de colesterol LDL são diferentes a depender do risco cardiovascular, ou seja, do risco de morrer por doenças cardíacas, ter um infarto (IAM) ou derrame (AVC): 

  • Baixo risco <130 mg/dL
  • Risco intermediário < 100 mg/dL
  • Alto risco < 70 mg/dL
  • Muito alto risco < 50 mg/dL

É importante consultar um profissional de saúde para avaliar seu histórico médico e interpretar os resultados.

O que o colesterol alto pode causar?

mulher medindo a pressão arterial por conta do colesterol alto

O colesterol alto pode desencadear uma série de problemas de saúde, especialmente cardiovasculares. Entre eles, as mais importantes são:

  • aterosclerose: caracterizada pela obstrução do fluxo sanguíneo em diferentes artérias;
  • doença arterial coronariana: quando há um fechamento das artérias que levam sangue ao coração;
  • pressão alta: ocorre se as placas de gordura reduzirem o calibre dos vasos aumentando a pressão nas artérias;
  • infarto: pode ser resultado da ausência de sangue nos vasos sanguíneos; 
  • insuficiência cardíaca: surge quando o suprimento de sangue para o coração é prejudicado;
  • derrame cerebral (AVC): quando há obstrução de um vaso sanguíneo que irriga o cérebro.

Quais os principais sintomas de colesterol alto?

Identificar os sinais de colesterol alto é crucial para uma intervenção precoce. Os sintomas podem variar, mas, em geral, incluem:

  • fadiga;
  • dores no peito;
  • falta de ar;
  • em casos extremos, até mesmo problemas cardíacos.

No entanto, muitas vezes esses sintomas são associados a outros problemas ou, até mesmo, inexistentes apesar do paciente apresentar colesterol alto. A médica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), professora e chefe do Serviço de Endocrinologia da Unirio, Márcia Helena Soares Costa afirma que há pessoas com hipercolesterolemia, mas que passam anos sem apresentar nenhum alerta. “Em contrapartida, temos uma deposição de gordura nos vasos, a chamada arterioesclerose, que vai aumentando e pode gerar complicações, como um infarto agudo do miocárdio ou doenças cérebro vasculares, como um acidente vascular encefálico”, explica.

Por isso, a especialista reforça a importância do acompanhamento médico de rotina e a realização de exames clínicos que vão medir os valores do LDL, HDL, triglicerídeos e outros tipos de gordura no sangue.

É recomendado ainda que a dosagem de colesterol seja medida com regularidade  em indivíduos por volta dos 30 anos, principalmente os que tenham fatores de risco, como histórico familiar de doença cardíaca, tabagismo e hipertensão. Já para os que não fazem parte deste grupo, o rastreamento deve ser feito a partir dos 40 anos. “Além dos hábitos alimentares e do sedentarismo, da obesidade e do tabagismo, a gente tem um risco do aumento do colesterol causado por doenças genéticas.

Então, você pode ter casos de crianças e adolescentes com níveis muito elevados de colesterol que ocorrem por uma mutação dos genes, que levam a um aumento dessa gordura”, diz Márcia.

Lembrando que o colesterol alto não é uma sentença de prisão; mas um sinal para mudanças positivas. Compreender o colesterol, seus sintomas e consequências é o primeiro passo para adotar bons hábitos, fazer escolhas conscientes na dieta e garantir um futuro mais saudável para o seu coração.

Quais alimentos não ingerir?

Uma alimentação saudável desempenha um papel crucial na gestão do colesterol. Evitar alimentos ricos em gorduras saturadas e trans é vital. Nessa lista estão:

  • carnes processadas e gordurosas;
  • frituras;
  • alimentos industrializados;
  • frios e produtos embutidos;
  • leite integral, manteiga, queijos amarelos, queijos cremosos, requeijão e outros derivados de leite;
  • sorvetes de massa, chocolates e doces em geral; 
  • chantilly, milk-shake e cremes utilizados para sobremesa;

Também é preciso estar atento a molhos e temperos industrializados, afinal, de nada adianta fazer um pratão de salada e enchê-lo de molhos prontos, pois esses produtos têm uma grande quantidade de conservantes prejudiciais à saúde.

O ideal é optar por uma dieta balanceada, rica em fibras, frutas, legumes e grãos integrais:

  • carnes brancas, como frango sem pele e peixes;
  • frutas e vegetais, que devem ser consumidas cruas e com casca;
  • soja, lentilha e amêndoas, que contêm fibras e ajudam a eliminar as gorduras;
  • leguminosas, como feijão, lentilha e grão-de-bico;
  • leite desnatado, coalhada e queijo branco, que têm baixo teor de gordura.

Reforçamos que também é importante incluir exercícios físicos na rotina, parar de fumar, limitar o consumo de álcool, gerenciar o estresse e consultar um médico regularmente.

Se as mudanças no estilo de vida por si só não forem suficientes para reduzir os níveis de colesterol, o médico pode recomendar o uso de medicamentos como o Trezor 10mg

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Autor: Farma22

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