Estamos sempre em busca de qualidade de vida – tanto física quanto mental, não é mesmo? E o dia 31 de março é uma data que busca conscientizar a população sobre hábitos importantes para nossa saúde. Hoje é comemorado o Dia da Saúde e da Nutrição e, mais do que nunca, precisamos desse alerta.
O Ministério da Saúde acaba de divulgar um levantamento inédito com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). O relatório traz números preocupantes – a obesidade atinge 6,7 milhões de brasileiros, sendo que 863.086 pessoas apresentam obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi, afirma que esse quadro resulta, em grande medida, dos efeitos da pandemia. “Ano após ano, os índices de obesidade vêm aumentando em todo o mundo. Nos últimos anos, principalmente após a pandemia, os pacientes têm enfrentado o agravamento de suas doenças enquanto aguardam pelo procedimento”, explica o especialista.
O excesso de peso do indivíduo pode provocar problemas de saúde como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e obesidade mórbida. Por isso, a importância de campanhas como o Dia da Saúde e da Nutrição.
Diante desse cenário, especialistas buscam fortalecer políticas públicas e privadas que sejam realmente efetivas para melhorar a saúde da população.
Medidas públicas
O Ministério da Saúde reforça que a alimentação adequada e saudável é um direito humano básico, ou seja, todos os brasileiros precisam ter garantido o acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada. “A gente nunca pode perder de vista que alimentação é direito. É um direito que está na Constituição. A gente tem que brigar por ele. Então, minimamente, a pessoa vai ter que ter recursos para ter acesso aos seus alimentos. Então, é importante saber que a estrutura política do entorno desses indivíduos, dessas famílias, precisa ser mudada”, diz Vanille Pessoa, integrante da diretoria da Associação Brasileira de Nutrição.
Para isso, no Dia da Saúde e da Nutrição, a instituição anunciou algumas diretrizes que deverão ser seguidas. Dentre elas, a redução de sal e açúcar em produtos industrializados e mudanças na rotulagem dos alimentos. O Ministério da Saúde pretende também subsidiar políticas e programas nacionais de alimentação e nutrição.
A Associação Brasileira de Nutrição alerta que esse olhar precisa estar voltado, principalmente, para a alimentação infantil. Isso porque o crescimento e desenvolvimento celular ocorrem nessa fase e são informações que o corpo vai guardar pelo resto da vida. Ou seja, crianças obesas têm maior propensão de serem adultos obesos. Dados do World Obesity Atlas 2022 apontam que até 2030 um terço das crianças brasileiras poderão ser obesas.
Assim, a prática da boa alimentação deve começar desde o nascimento, com o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. Aproveite para conferir dicas de cardápio para mulheres lactantes. Após essa fase, a amamentação poderá ser feita de maneira complementar até os dois anos. E a cada fase da vida a pessoa terá necessidades nutricionais específicas que poderão ser orientadas por um profissional.
Mudanças na prática
A maior parte das medidas que precisam ser adotadas no dia a dia são de conhecimento geral. Ainda assim, a rotina corrida e atribulada muitas vezes dificulta a adoção de uma nova postura. Por isso, um dos grandes desafios dos especialistas é conscientizar os pacientes a mudar os hábitos.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar para a População Brasileira – Promovendo a Alimentação Saudável, com as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional da população brasileira. Confira as principais orientações:
– Evitar o consumo de alimentos ricos em calorias e industrializados, gordurosos e salgados;
– Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões;
– Beba bastante água;
– Reduza ou evite o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro;
– Faça exames preventivos e consulte sempre o seu médico;
– Faça exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana, após avaliação médica;
– Durma pelo menos 8h num período de 24h.