Fibromialgia: saiba como identificar e aliviar os sintomas

Descubra o que é fibromialgia, como ela afeta o corpo e o que fazer para tratar essa condição debilitante. Saiba mais e cuide-se hoje mesmo!

O que é fibromialgia?

A fibromialgia é um distúrbio da forma como o cérebro processa a dor, amplificando-a de maneira anormal. Isso se manifesta de diferentes maneiras, como dor muscular, rigidez nas articulações, formigamento ou dormência. Em alguns casos, é mais intensa em uma determinada parte do corpo em um dia e, no outro, migra para uma área diferente.

Trata-se de um estado de saúde crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, se manifesta em cerca de 2% a 12% da população adulta no Brasil. Acomete principalmente mulheres entre 30 e 55 anos de idade, embora, com menor frequência, possa ser identificada em crianças, adolescentes e idosos.

Saiba quais são os sintomas da fibromialgia

Ao contrário de outras patologias diagnosticadas através de exames laboratoriais ou de imagem, a fibromialgia é identificada pela presença de sinais recorrentes e persistentes. Além da dor generalizada, é comum causar estafa, inquietação noturna, dificuldades cognitivas e afetar a memória.

Veja mais detalhes:

1. Dor generalizada: A dor é difusa, ocorrendo em várias partes do organismo simultaneamente e durando longos períodos (acima de três meses). Via de regra, é descrita como uma sensação de rigidez, queimação ou pontadas.

2. Distúrbios do sono e fadiga: Ainda que a pessoa durma por várias horas, não se sente descansada devido a transtornos como insônia, apneia ou síndrome das pernas inquietas. O que resulta em um cansaço extremo.

3. Problemas cognitivos: Conhecidos como “fibro fog” ou “nevoeiro cerebral”, os pacientes costumam apresentar dificuldades de concentração, esquecimento e lentidão no raciocínio.

4. Sensibilidade exacerbada: Há um aumento na percepção do toque, da temperatura (especialmente do frio) e da luz.

5. Perturbações gastrointestinais: Dentre eles, síndrome do intestino irritável, dores abdominais, constipação ou diarreia.

6. Depressão e ansiedade: A dor contínua e os desafios diários estão relacionados ao desenvolvimento dessas disfunções psicológicas.

Conheça as causas da fibromialgia

As causas ainda não são completamente compreendidas, porém há alguns indícios:

  1. Genética: Há evidências relacionadas à hereditariedade pela ocorrência em famílias.
  2. Infecções: Virais ou bacterianas.
  3. Traumas físicos ou emocionais: Eventos estressantes, como acidentes ou choques graves são apontados como possíveis gatilhos.
  4. Desregulação neural: Acredita-se que a patologia resulte de um aumento na receptividade do sistema nervoso central, amplificando os sinais nervosos e causando dor desproporcional a estímulos que, em pessoas saudáveis, não provocariam desconforto.

Qual sua relação com estilo de vida?

A relação entre a fibromialgia e a rotina é bastante significativa, uma vez que certos hábitos aliviam ou agravam o quadro. Por isso, os médicos indicam a adoção de mudanças saudáveis como a prática regular de exercícios moderados, ações que favoreçam o descanso, gerir o estresse, manter uma dieta equilibrada e buscar apoio social e psicológico.

Como é a crise da fibromialgia?

Nas crises os sintomas se acentuam, tornando-se mais debilitantes. É importante reforçar que a dor não está relacionada a lesões ou inflamações específicas nos músculos ou articulações, e sim à maneira como o cérebro processa os sinais de dor, aumentando-os de maneira exacerbada, o que afeta a capacidade do indivíduo de realizar tarefas simples. É possível que esses episódios sejam desencadeados por aspectos como estresse, esforço excessivo, mudanças climáticas (frio ou umidade) ou alterações hormonais.

A dor costuma ser descrita como uma queimação ou algo latejante nos músculos, articulações e até na pele. Além disso, são frequentes os relatos de dores de cabeça, alterações gastrointestinais e maior sensibilidade à luz. A prostração também se agrava, por isso, é usual que a pessoa se sinta esgotada após atividades que geralmente seriam simples. Isso tende a provocar o isolamento social e a dificuldade de manter um dia ativo e produtivo.

Qual é a parte do corpo que a fibromialgia ataca?

Não há uma área específica. Na verdade, a fibromialgia é conhecida justamente por causar dor generalizada. No entanto, existem regiões conhecidas como “pontos sensíveis”.  O Colégio Americano de Reumatologia mapeou as 18 principais, confira:

Imagem ilustrativa dos 18 principais pontos de dores da fibromialgia. 
Fonte: AbraFibro.
Os 18 principais pontos de dores da fibromialgia.
Fonte: AbraFibro.

Como age uma pessoa com fibromialgia?

Os comportamentos são distintos devido à intensidade do quadro e ao impacto que ele gera. Durante uma crise, é comum que o indivíduo demonstre irritabilidade, cansaço extremo e até uma certa lentidão nos movimentos e no raciocínio. Isso ocorre porque a dor constante e a extenuação consomem uma grande quantidade de energia.

Além disso, em geral, a pessoa precisa de mais tempo para realizar tarefas e frequentemente enfrenta dificuldades em manter compromissos sociais ou profissionais.

Por ser uma condição invisível, quem convive com essa circunstância costuma não perceber os desafios que os pacientes enfrentam. Essa falta de compreensão, tende a provocar frustração, angústia e até depressão.

Quando a fibromialgia é considerada grave?

Quando as manifestações são tão intensas que interferem significativamente na vida do indivíduo. Aqueles que sofrem com crises frequentes e duradouras, por exemplo, apresentam dificuldades no trabalho, nos cuidados com a família e na manutenção de uma sociabilidade.

Em casos mais graves, a pessoa chega a necessitar de auxílio constante para realizar ações rotineiras, como se vestir ou cozinhar.

Como se chega a um diagnóstico?

O processo é desafiador, pois não há exames laboratoriais ou de imagem específicos, limitando-se a se basear em relatos e no exame físico. Os critérios mais usuais são:

  1. Histórico: A dor deve estar presente em pelo menos quatro áreas e persistir por mais de três meses.
  2. Exclusão de outras condições: O médico irá considerar outras doenças que causem efeitos semelhantes, como artrite reumatóide, lúpus ou problemas musculares.
  3. Avaliação dos pontos sensíveis: Ainda que este critério não seja mais obrigatório, a análise dos 18 pontos mencionados auxilia no estudo.

O acompanhamento de um reumatologista é essencial para garantir um diagnóstico correto.

Existe tratamento para fibromialgia?

Os cuidados envolvem um processo multidisciplinar que foca no alívio dos sintomas, já que não há uma cura definitiva. As abordagens mais recorrentes incluem:


1) Medicamentos:

  • Anticonvulsivantes: Como a pregabalina e a gabapentina, utilizados no controle de crises epilépticas e contra a dor neuropática.


2) Terapias: Como fisioterapia, terapia cognitivo-comportamental e terapia ocupacional.


3) Suplementos: Fortalecem a imunologia, aumentam a vitalidade e a energia.
Medicinas complementares: Como acupuntura, massoterapia ou técnicas de relaxamento como ioga e meditação.

4) Medicinas complementares: Como acupuntura, massoterapia ou técnicas de relaxamento como ioga e meditação.

Fibromialgia tem cura?

Infelizmente, não. Trata-se de algo crônico, o que significa que pode persistir por anos. No entanto, há vários recursos terapêuticos para controlar os sintomas e aprimorar o bem-estar dos pacientes.

Se você ou alguém que conhece apresenta os aspectos citados, não hesite em procurar orientação especializada. Embora essa enfermidade não possa ser completamente eliminada, é possível gerenciá-la de maneira eficaz com o acompanhamento médico adequado e a adoção de hábitos saudáveis

O que acontece quando a fibromialgia não é tratada?

Ela tende a piorar ao longo do tempo. Sem tratamento, a intensidade da dor e o esgotamento provocam uma incapacidade tanto física como mental. Por isso, é fundamental que os protocolos adequados sejam iniciados o quanto antes para minimizar o impacto dessa doença.

Quais são as sequelas da fibromialgia?

O distúrbio em si não causa danos permanentes, mas as sequelas são consideráveis, como mencionado. Há perda de massa muscular e condicionamento devido à inatividade causada pela dor incessante.

Resultando em uma redução da mobilidade, ganho de peso e problemas cardiovasculares. Além disso, se não forem administrados, os problemas de saúde mental criam um ciclo difícil de quebrar.

Dúvidas comuns

Qual o nome do médico que cuida de fibromialgia?

O reumatologista é o profissional mais indicado, contudo a abordagem irá envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, dependendo das necessidades específicas.

Quem tem fibromialgia deve ir ao psiquiatra?

Apesar de ser uma complicação corpórea, muitos pacientes necessitam também de suporte psicológico ou psiquiátrico.

A fibromialgia pode levar a óbito?

Não, essa condição não é fatal e não leva diretamente ao óbito. No entanto, impacta consideravelmente a qualidade de vida, especialmente se não for tratada de forma adequada. Em casos extremos, o sofrimento mental irá contribuir para pensamentos de suicídio ou isolamento social.

Quais os fatores de risco?

Ainda que as causas exatas não estejam totalmente mapeadas, certos elementos têm sido observados:

  1. Gênero: Estima-se que cerca de 80% a 90% dos casos ocorram em mulheres, especialmente aquelas na faixa dos 30 aos 50 anos.
  2. Histórico familiar: Devido ao componente genético em parentes de primeiro grau (pais, irmãos).
  3. Doenças reumatológicas: Como artrite reumatoide, lúpus e espondilite anquilosante.
  4. Infecções: Gripe, Epstein-Barr (vírus da mononucleose), ou outros agentes infecciosos, podem servir como gatilhos.
  5. Estresse: Desregula o sistema nervoso e aumenta a assimilação da dor.

Distúrbios do sono: Portadores de insônia, apnéia ou síndrome das pernas inquietas, têm maior probabilidade

É possível que esses fatores não causem fibromialgia diretamente, mas influenciam a probabilidade de seu desenvolvimento ou agravam a intensidade dos sintomas. Reconhecê-los ajudará na prevenção, na detecção precoce e nos cuidados.

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Autor: Farma22

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