Descubra os principais sintomas de pré-eclâmpsia, sugestões de prevenção e quais riscos ela oferece à mãe e ao bebê.

A pré-eclâmpsia é uma condição séria que pode surgir geralmente a partir da 20ª semana. O termo eclâmpsia, inclusive, é uma palavra de origem grega que significa raio ou relâmpago, pelo caráter rápido e perigoso.
O quadro caracteriza-se por um aumento da pressão arterial e danos a órgãos tais quais rins e o fígado. Se não for tratada corretamente, é possível haver uma evolução para eclâmpsia, pondo em perigo a saúde da gestante e seu filho.
A pré-eclâmpsia pode surgir a partir da segunda metade da gravidez e até seis meses após o parto. O diagnóstico precoce é essencial para proteger a saúde materna e fetal e, por isso, a disseminação de informações é primordial.
Uma gravidez saudável envolve toda a família, incluindo o parceiro e pessoas próximas. Assim, todos devem ter conhecimento dos sintomas de pré-eclâmpsia e estar atentos para agir rapidamente, se necessário.
O que causa a pré-eclâmpsia?
A origem exata da pré-eclâmpsia não é totalmente compreendida, mas sabe-se que esse problema está relacionado a um mau funcionamento da placenta, o órgão responsável pela nutrição do neném durante a gestação.
Essa disfunção pode levar a uma irrigação sanguínea imprópria, provocando variações na pressão arterial e desencadeando outras reações. Entre as principais causas e fatores de risco, destacam-se:
- Problemas nos vasos capilares – Algumas mulheres apresentam uma adaptação inadequada dos vasos uterinos, o que compromete a circulação entre a mãe e o feto.
- Distúrbios imunológicos – O corpo reage de forma inesperada, dificultando a formação da placenta.
- Doenças pré-existentes – Hipertensão crônica, diabetes, doenças renais e obesidade.
- Histórico familiar e genético – Se a mãe ou irmãs tiveram pré-eclâmpsia.
- Gestações múltiplas – Grávidas de gêmeos ou mais devido a alta demanda circulatória do organismo.
- Primeira gravidez ou com intervalo superior a 10 anos entre as gestações.
- Idade – Pessoas com menos de 20 anos ou acima de 40 possuem uma chance elevada de desenvolver pré-eclâmpsia.
Como saber se estou tendo uma pré-eclâmpsia?
Os sintomas de pré-eclâmpsia costumam ser silenciosos no início, tornando essencial a supervisão médica regular no pré-natal. No entanto, há alguns pontos de alerta:
- Pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg em duas medições consecutivas)
- Inchaço excessivo e súbito no rosto, mãos e pés
- Ganho de peso rápido sem explicação aparente
- Dor de cabeça persistente e intensa
- Dificuldades visuais: visão embaçada, sensibilidade à luz ou pontos brilhantes
- Dor na parte superior do abdômen, especialmente do lado direito
- Náuseas e vômitos intensos após o segundo trimestre
- Diminuição da frequência urinária
- Dificuldade respiratória
Se observar algum desses sinais, procure atendimento imediato. Os cuidados irão depender da gravidade e do período gestacional. Em casos leves, o monitoramento rigoroso, repouso relativo e ajustes na alimentação tendem a ser suficientes para garantir segurança até o momento escolhido para o nascimento. Já nas situações mais graves, a hospitalização costuma ser necessária para monitoramento contínuo, aplicação de medicamentos anti-hipertensivos e sulfato de magnésio para prevenir convulsões. Se o problema se torna severo, a indução ou uma cesariana serão recomendadas, pois o único tratamento definitivo para a pré-eclâmpsia é a remoção da placenta. Ainda assim, o acompanhamento deve seguir para garantir que todas as funções do organismo retornem ao normal.
Quando a pré-eclâmpsia é considerada grave?
No momento em que os sintomas de pré-eclâmpsia se tornam mais intensos e a pressão ultrapassa 160/110 mmHg considera-se que há uma emergência. Outros indicadores:
- Edema pulmonar, que tende a causar dificuldade para respirar.
- Convulsões, caracterizando a evolução para eclâmpsia.
- Descolamento prematuro da placenta, comprometendo o suprimento de oxigênio para o neném.
- Insuficiência renal ou hepática.
Nessas conjunturas, o parto costuma ser antecipado, dependendo da idade gestacional e do estado de saúde da mãe e do bebê.
Como evitar a pré-eclâmpsia na gravidez?
Ainda que não haja uma maneira 100% eficaz de prevenção, essas são medidas com efeitos comprovados:
- Pré-natal regular – Consultas frequentes garantem a detecção antecipada de alterações na saúde das artérias.
- Alimentação equilibrada – Uma dieta rica em proteínas, frutas, vegetais e fibras ajuda a controlar o peso e a pressão. Confira dicas sobre nutrição e imunidade aqui.
- Controle da ingestão de sal – Não consumir muito sódio reduz a probabilidade de hipertensão.
- Hidratação – Beber bastante água auxilia no funcionamento dos rins e no equilíbrio da pressão.
- Atividade física moderada – Exercícios leves melhoram a circulação.
- Medicações prescritas – Em situações que sugiram indícios, o obstetra provavelmente indicará ácido acetilsalicílico (AAS) ou cálcio.
É possível ter pré-eclâmpsia com pressão baixa?
Sim, apesar de raro. Existem mulheres que desenvolvem a chamada pré-eclâmpsia atípica, na qual não há elevação considerável da pressão arterial. Nesses casos, outras decorrências, incluindo transtornos no fígado, rins ou coagulação sanguínea, são mais evidentes.
O que acontece com o bebê quando a mãe tem pré-eclâmpsia?
Estudos indicam efeitos no desenvolvimento da criança, como restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro e complicações neonatais, como desconforto respiratório, sepse e hemorragia intraventricular. Além disso, crianças expostas à pré-eclâmpsia têm maior probabilidade de enfrentar alterações ao longo da infância.
Qual a diferença entre pré-eclâmpsia e eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia consiste no estágio inicial de um quadro que pode evoluir para eclâmpsia, uma complicação grave caracterizada pela ocorrência de convulsões e, até mesmo, coma. A eclâmpsia ocorre se porventura a hipertensão e as disfunções orgânicas causadas pela pré-eclâmpsia atingem um nível crítico, colocando a vida dos dois em risco imediato. Embora nem todas as pacientes evoluam para eclâmpsia, a ausência do tratamento correto aumenta significativamente essa possibilidade. Por isso, o diagnóstico e o manejo rigoroso da pressão arterial são essenciais para evitar a progressão da doença e reduzir os perigos associados.
Se está grávida, não ignore os sinais. A pré-eclâmpsia é uma condição séria, mas com o acompanhamento adequado e seguindo as recomendações, você irá manter sua saúde e a do seu filho!
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